sexta-feira, 21 de março de 2008

39 MULHERES SEM MEDO

Doces e bem-humoradas, mas duras na defesa da Lei.
Elas vivem num mundo repleto de violência, desonestidade e desumanidade. Mesmo assim, conseguem fazer prevalecer a alegria, a solidariedade e, acima de tudo, a justiça em seu dia-a-dia. São mulheres que trabalham para fazer as leis serem cumpridas num país onde, infelizmente, é comum a impunidade. O depoimento é do secretário da Segurança, Defesa e Cidadania, Paulo Moraes, deputado estadual e delegado licenciado, ao reconhecer a contribuição das mulheres na execução do programa do governador Ivo Cassol, na área de segurança. "Não só hoje, Dia Internacional da Mulher, mas todo dia é o dia da mulher que luta de forma irmanada com o homem, por mundo melhor".
Na Polícia Civil de Rondônia, as mulheres são delegadas, escrivães, agentes policiais, datiloscopistas, peritas criminais, auxiliar de serviços gerais, agentes administrativos, técnicas de necropsia, psicólogas, oficial de manutenção, agentes de portaria, agentes de telecomunicações, motoristas oficiais, médicas legistas, técnicas em laboratório, assistentes jurídicos e técnicas de previdência.
Na Polícia Militar, as mulheres já ocupam altos postos, como a coronel Angelina, que era chefe da Corregedoria-geral, órgão responsável pela disciplina da tropa e mais tarde assumiu o comando geral da corporação; a tenente Vanda, que chefia da 5ª seção do 1º BPM; e a PM Tânia, que atua na COE, a Companhia de Operações Especiais.
Já na Superintendência de Assuntos Penitenciários, as mulheres dividem com os homens a guarda de presos em unidades como o Presídio Urso Branco, Complexo Penitenciário Ênio Pinheiro, Presidio Agenor de Carvalho e Penitenciária Feminina. "Como se vê, não existe distinção de sexo na Segurança. Todos, mulheres e homens trabalham de forma árdua na sua especialidade", observa Paulo Moraes.
Se, de um lado, elas têm uma vida emocionante, onde não existe rotina, de outro trabalham como máquinas. Do mesmo modo, desfrutam de uma autoridade invejável, mas se expõem a riscos que incluem até a morte. Sem falar na couraça que precisam desenvolver para enfrentar o lado negro da profissão: gente morrendo, crianças sofrendo, vidas destroçadas, Apesar de tudo, elas amam o que fazem. E a explicação para isso é que persiste, no fundo do coração dessas mulheres, a convicção de serem fundamentais para a construção de um futuro melhor.
Paradigma das novas mulheres da Lei, a delegada Walkíria Boaventura, divide algemas e perseguições com os cuidados com as filhas e vive dramas de pessoas comuns. Ela é casada com o também delegado Ronicir Manfrói.
Apesar da barra-pesada diária, a delegada afirma amar sua profissão. "A polícia já foi uma instituição apedrejada pela mídia, mas hoje há o reconhecimento de que ela é formada por muita gente boa e honesta, homens e mulheres, trabalhando para o bem e lutando para aplicar as leis", afirma a delegada Walkíria Boaventura, acrescentando que "as mulheres da Polícia têm a chance de ajudar as pessoas, dando alento e orientação aos que chegam alquebrados, fracassados".
Outra mulher conduz com mão de ferro - farta doses de bom humor e carinho - uma delegacia muito especial: A DPCA, a Delegacia de Proteção à Criança ao Adolescente, localizada no bairro Areal da Floresta. A delegada Elza Aparecida está no cargo há muitos anos. Ela já participou de congressos, palestras e ainda tem participação em atividades filantrópicas com o marido, o delegado aposentado José Antônio Gentil.
Outra delegada de destaque é Sheilla Mattos que durante muitos anos chefiou a Delegacia de Homicidios. Seu trabalho foi reconhecido pela Assembléia Legislativa e pela Câmara Municipal, de quem recebeu moções de aplauso. Ela ficou conhecida como a xerifa da Capital.
Ainda na estrutura da Polícia Civil, se pode encontrar mulheres à frente de Distrito Policial, como é o caso do 1º DP, cuja titular é a delegada Rúbia Saldanha; na corregedoria, Maria Madalena; no IML, a médica-legista Maria Odete, na Regional de Vilhena, a delegada Mercês Oliveira, entre outras que ocupam diversas funções.
A direção da Polícia Civil de Rondônia não faz distinção de sexo. "Tanto os homens como as mulheres todos estão preparados para o exercício de seus serviços policiais", afirmou o delegado Carlos Eduardo Ferreira, que tem nas mulheres uma referência da qualidade dos serviços policiais.

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