sexta-feira, 21 de março de 2008

10 A EFFM TINHA SUA PRÓPRIA POLÍCIA

Quando instalou seus galpões na área de Porto Velho, em 1907, a direção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré não permitia interferências na área que considerava sua, mesmo que fossem autoridades em busca de contraventores da lei.
A direção da ferrovia chegou a construir um alambrado demarcando seu território, onde sua própria polícia agia segundo procedimentos próprios. Ela mantinha os trabalhadores sob vigilância, a fim de evitar fugas.
A Polícia da EFMM exercia sobre os trabalhadores um controle rígido quanto a bebidas e mulheres. Esse controle só era burlado quando os trabalhadores dirigiam-se para a localidade de Santo Antonio.
O diretor da Madeira Mamoré também instituiu cobranças de taxas e impostos, concorrendo com a gestão de Guapindaia, cuja administração acabou marcada por conflitos com a EFMM. Houve ameaça de luta armada e até o seqüestro de um funcionário do município, certa ocasião.
O saudoso escritor Amizael Gomes da Silva em seu livro Amazônia Porto Velho, relata o episódio em que uma professora local buscava doações para a construção da capela do cemitério dos Inocentes. A professora teria saído recolhendo donativos quando foi mal recebida por ferroviários, portugueses prejudicados em seus interesses. Um deles teria sido preso e metido a ferros anteriormente provocando o maior rancor dos lusos contra o superintendente Major Guapindaia. Quando a professora foi desacatada pelos ferroviários, o chefe de polícia mandou prender outros quatro e também os teria espancado e chicoteado a “umbigo de boi”, desencadeando arruaças durante toda a noite de 19 de novembro de 1915.
Ainda segundo Amizael, esse episódio foi o suficiente para dar início a um levante armado com entrincheiramento na “casa seis”, galpão que ficava ao lado de onde ficam os serviços postais telegráfico da Capital. Naquela ocasião, ao invés de tomar as devidas providências, o delegado fugiu da cidade, restando ao major Guapindaia, entrincheirar-se em sua casa, que ficava onde se construiu a Praça Rondon.
No dia 24 de fevereiro de 1910, Henrique de Torres Bandeira, funcionário da polícia mato-grossense, assumiu a direção do policiamento da estrada de ferro, designado pelo delegado de Polícia de Vila Nova, em Mato Grosso, a pedido da EFMM.

Um comentário:

lucioinforma disse...

DALTON:

COMO ESTUDIOSO DA NOSSA HISTÓRIA, ESTOU APRENDENDO MUITO COM SEU MATERIAL.
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Lúcio Albuquerque